quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

NOVOS MODELOS DE CÉDULAS

Notas de R$ 50 e R$ 100 terão novos modelos ainda no 1º semestre. Cédulas terão diferentes tamanhos, para ajudar deficientes visuais. As notas da "segunda família" do real seguirão um padrão internacional que dificultará a falsificação, afirmou nesta quarta-feira (3) o ministro da Fazenda, Guido Mantega, durante o lançamento dos novos modelos das notas de real. Para ele, os novos modelos de notas também auxiliam na "internacionalização" da moeda brasileira. As cédulas de R$ 50 e R$ 100 serão modificadas ainda no primeiro semestre de 2010, enquanto as demais serão substituídas até 2012, conforme as notas ficarem velhas e tiverem de sair de circulação. A meta é iniciar a substituição dos atuais modelos de R$ 10 e R$ 20 no primeiro semestre de 2011. As novas notas custam de 25% a 28% a mais do que os modelos antigos, segundo o BC. Somente em 2010, a autoridade monetária estima gastar R$ 300 milhões com o processo de substituição das cédulas. As mudanças são tecnológicas e de design, mas o BC afirmou que todos os animais representados nas notas atuais continuarão a figurar nas novas versões. "O objetivo é que sejam muito seguras. Estaremos emitindo cédulas de última geração, que são compatíveis com as cédulas mais modernas em circulação no mundo, como o euro [e] a nova família de dólares", afirmou o ministro Mantega. Por conta do fortalecimento da moeda brasileira, Mantega diz que o país também tem de se preparar para que o real seja mais utilizado no mercado internacional. "Já começa a haver demanda para que [a moeda brasileira] possa ser utilizada fora do país", disse. De acordo com o ministro, o real já é considerado uma moeda forte. "Hoje o real é uma moeda forte. Às vezes, alguns empresários reclamam que a moeda é tão forte, valorizada, mas a vida é assim. Temos de nos preparar para que o real seja uma moeda de curso [circulação] internacional. Hoje é uma moeda de curso mais limitado."

domingo, 6 de dezembro de 2009

MENGÃO HEXACAMPEÃO!!!!!!!!!



PARABÉNS A TODOS OS RUBRO NEGROS. SOMOS HEXACAMPEÕES. VALEU MENGÃO!!!!!

domingo, 5 de julho de 2009

FASES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

A evolução da administração pública em nosso país passou por três modelos diferentes: a administração patrimonialista, a administração burocrática e administração gerencial. Essas modalidades surgiram sucessivamente ao longo do tempo, não significando, porém, que alguma tenha sido definitivamente abandonada.

Na administração pública patrimonialista, própria dos Estados absolutistas europeus do século XVIII, o aparelho do Estado é a extensão do próprio poder do governante e os seus funcionários são considerados como membros da nobreza. O patrimônio do Estado confunde-se com o patrimônio do soberano e os cargos são tidos com prebendas (ocupações rendosas e de pouco trabalho). A corrupção e o nepotismo são inerentes a esse tipo de administração.

A administração pública burocrática surge para combater a corrupção e o nepotismo do modelo anterior. São princípios inerentes a este tipo de administração a impessoalidade, o formalismo, a hierarquia funcional, a idéia de carreira pública e a profissionalização do servidor, consubstanciando a idéia de poder racional-legal. Os controles administrativos funcionam previamente, para evitar a corrupção. Existe uma desconfiança prévia dos administradores públicos e dos cidadãos que procuram o Estado com seus pleitos. São sempre necessários, por esta razão, controles rígidos em todos os processos, como na admissão de pessoal, nas contratações do Poder Público e no atendimento às necessidades da população.

A administração pública gerencial apresenta-se como solução para estes problemas da burocracia. Prioriza-se a eficiência da Administração, o aumento da qualidade dos serviços e a redução dos custos. Busca-se desenvolver uma cultura gerencial nas organizações, com ênfase nos resultados, e aumentar a governança do Estado, isto é, a sua capacidade de gerenciar com efetividade e eficiência. O cidadão passa a ser visto com outros olhos, tornando-se peça essencial para o correto desempenho da atividade pública, por ser considerado seu principal beneficiário, o cliente dos serviços pelo Estado.
Atualmente, o modelo gerencial na Administração Pública vem cada vez mais de consolidando, com a mudança de estruturas organizacionais, o estabelecimento de metas a alcançar, a redução da máquina estatal, a descentralização dos serviços públicos, a criação das agências reguladoras para zelar pela adequada prestação dos serviços etc. O novo modelo propõe-se a promover o aumento da qualidade e da eficiência dos serviços oferecidos pelo Poder Público aos seus clientes: os cidadãos.

CRISES ECONÔMICAS PELO MUNDO

Crise do México

Apontado pelo FMI e Banco Mundial no início da década de 1990 como País exemplar do Terceiro Mundo, o México incorporou o ideário neoliberal e, ao invés de caminhar para o Primeiro Mundo, experimentou uma crise a partir do final de 1994, na qual seus efeitos modificaram para pior a vida cotidiana da maior parte das camadas sociais de sua população, conforme veremos neste artigo. Foi a partir do governo de Carlos Salinas de Gortari (1988-1994), que o México mergulhou de cabeça nos princípios neoliberais, antes mesmo do aparecimento do Consenso de Washington. Eleito mediante a maior fraude eletrônica da história mundial, o presidente combinou neoliberalismo à gestão mais corrupta da história mexicana desde a Revolução de 1910. Depois que tomou posse em 1º de dezembro de 1988, suas primeiras medidas econômicas visavam a supervalorização do câmbio para incentivar as importações, o aumento da taxa de juros para atrair os capitais de curto prazo, a aceleração do processo de privatizações e o estabelecimento de vantagens para que as empresas transnacionais instalassem suas filiais no México. Os Estados Unidos tinham o maior interesse em resolver a crise mexicana, caso contrário, além da possibilidade de contágio mundial, as migrações ilegais em território estadunidense se intensificariam, pois a remuneração mínima de um trabalhador estrangeiro naquele país era de US$ 4,00/hora, enquanto o salário-mínimo mexicano era de US$ 90. A crise mexicana de 1994-1995 foi a primeira grande crise dos anos 1990, cuja solução deu-se nos moldes imperialistas, trazendo como ônus econômicos e sociais para a maioria dos mexicanos o aprofundamento das desigualdades sociais do país. Para os países latino-americanos, o fracasso da experiência neoliberal mexicana não serviu de lição e estes adotaram o receituário do Consenso de Washington conforme suas particularidades e também acentuaram suas desigualdades sociais internas. Quanto aos países imperialistas, a lição mexicana dos anos 1990 não evitou as crises seguintes - asiática, russa, brasileira, argentina -, o que comprova e põe em evidência a teoria marxista das crises cíclicas de superprodução, tese da qual devemos relevar, como ponto de partida central nas crises econômicas, que o capital internacional produz e reproduz, mas que os historiadores e demais cientistas sociais em geral não-marxistas ignoram.

Crise na Coréia (Asiática)

A crise financeira asiática (Coréia do Sul, Tailândia, Indonésia, Malásia e Filipinas) de 1997-98 foi surpreendente não apenas pelo alcance global de seus desdobramentos, como pelo fato de ocorrer em uma região que se tornara, pouco antes, uma referência mundial em termos de crescimento econômico rápido e sustentado. A surpresa foi ainda maior por incluir, em seu epicentro, a Coréia do Sul, o exemplo maior de upgrading da periferia em direção ao núcleo de economias desenvolvidas. Esquematicamente, podem ser apontadas quatro principais causas para a crise econômica asiática:
1. Excessivo Investimento Externo. O rápido crescimento das economias do Sudeste Asiático tornou a região altamente atraente para os investidores japoneses e europeus que, em decorrência das baixas taxas em seus países, apresentavam uma elevada disponibilidade de capitais e uma alta confiança quanto aos riscos de investimentos nos países em desenvolvimento. Assim, por exemplo, em junho de 1997 constatava-se um volume de US$ 370 bilhões de empréstimos bancários internacionais para a Ásia como um todo, dos quais US$ 242 bilhões com uma maturidade inferior a um ano. Conseqüentemente, os elevados empréstimos a curto prazo geraram um alto endividamento externo, propriedades sobrevalorizadas, grandes déficits em conta corrente e redução na competitividade externa devido às moedas sobrevalorizadas.
2. Inadequada Supervisão Financeira. Regras bancárias obsoletas e baixa fiscalização unidas a práticas de corrupção deixaram muitas nações asiáticas totalmente despreparadas para gerenciar um fluxo de fundos externos num mercado de capitais globalizado.
3. Excessiva confiança no mercado. A confiança de muitos líderes asiáticos ambiciosos em tocar seus planos de desenvolvimento sem considerar os fundamentos econômicos e participar dos centros financeiros internacionais pela liberalização prematura dos mercados financeiros foi muitas vezes apoiada por um conjunto de agências internacionais, banqueiros e investidores.
4. Política. Um outro fator foi o conflito entre os imperativos econômicos e os políticos. A recusa política de efetivação de reformas estruturais em determinadas economias asiáticas propiciou o problema de super oferta de capitais externos e da baixa prática de supervisão. E, de outro lado, o processo acelerado de desenvolvimento econômico transformou-se num instrumento político de postergação de um acordo de resolução dos conflitos internos. Para Alagappa, as conseqüências do rápido crescimento econômico ao nível doméstico podem ser exploradas em termos de seus impactos sobre os conflitos correlacionados à identidade nacional, à legitimidade de governos e de sistemas políticos e à manutenção da lei e da ordem. Que o crescimento econômico pode suavizar o conflito étnico é agora aceito como um artigo de fé. A crise asiática suscitou a questão da sustentabilidade do modelo econômico aplicado na China. Através da visualização dos fatores que tinham propiciado o surgimento da crise, constatava-se a presença dos mesmos no espaço chinês. Neste sentido, a República Popular da China está procurando aplicar uma série de medidas, principalmente no que se refere à modernização e reestruturação das empresas estatais (market oriented) e do setor bancário (financially oriented).

Crise na Rússia

A Rússia atravessa desde há algum tempo uma grave crise econômica, financeira e social. O Estado russo vive uma situação orçamental desesperada, em que as receitas não chegam sequer a cobrir as despesas mínimas essenciais do governo. A produção caiu abruptamente nos últimos meses, o sistema bancário está completamente arrasado, perderam-se mais de metade das colheitas e a chegada do rigor do Inverno veio agravar ainda mais a situação. Em Agosto de 1998, a Rússia substituiu a Ásia no centro da grave crise financeira que afligia os mercados emergentes. Desde o intensificar da crise asiática em Outubro de 1997, que a economia russa estava sujeita a pressões acrescidas. Estas pressões refletiam, entre outros fatores, o contágio financeiro da Ásia, as implicações adversas da descida do preço do petróleo na balança externa russa, persistentes déficits fiscais fortemente apoiados em entradas maciças de capitais de curto prazo e adiamentos nas reformas estruturais. As medidas de combate à crise que foram tomadas a 17 de Agosto, e que incluíram uma desvalorização, uma moratória de pagamentos, a renegociação da dívida e o controlo de capitais, não foram eficazes para acalmar os mercados e agravaram ainda mais a já delicada situação do setor bancário. No final de 1998, não era ainda possível tirar ilações detalhadas das verdadeiras dimensões econômicas da crise, sobretudo porque os acontecimentos continuavam a ocorrer numa base diária. Contudo, é indiscutível que as consequências estão a ser bastante negativas. A situação orçamental vai piorar e durante algum tempo não se deve esperar a concessão de créditos do exterior, com exceção do FMI. Prevê-se que para 1999, o produto vá diminuir e as importações terão que ser ainda mais restringidas. A inflação aumentará devido aos elevados preços de importação e a estabilização da moeda tornar-se-á mais difícil com o abandono da “taxa de câmbio âncora”. É também provável um aumento da massa monetária a partir de agora. A acrescentar a tudo isto, estão as tensões sociais e políticas existentes. As crises política e econômica estão interligadas. A crise financeira “espalhou” uma nova instabilidade política. Após a formação do novo governo, receava-se que este tomasse medidas mais populares e continuasse a falhar as medidas essenciais para estabilizar a crise financeira e que, num contexto de médio prazo, não conseguisse resolver os severos problemas estruturais da economia, que são a base das dificuldades atuais.

Crise no Brasil

Após quinze anos de escalada inflacionária, desafiando os princípios tanto ortodoxos como heterodoxos de estabilização, a economia brasileira parece ter reaprendido a conviver com reduzidos patamares do índice de preços. O elemento crucial para a queda observada da inflação – de dois dígitos mensais para dois dígitos anuais – foi a implantação do programa de estabilização econômica, denominado de Plano Real. A queda da inflação teve aceitação plena da sociedade, derivando na eleição e reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso. Contudo, o sucesso da estabilização foi contrabalançado por problemas de outra natureza. O agravamento da situação fiscal do setor público, o aumento do desemprego e a deterioração da conta corrente são exemplos claros disso. Tais problemas, por sua vez, acabaram por levar à ruptura do regime cambial prevalecente e à substituição da presidência do Banco Central em janeiro de 1999. Embora possa se afirmar que a deterioração dos fundamentos macroeconômicos tenha evidenciado a fragilidade do regime cambial no período e levado ao seu eventual colapso em 1999, eventos externos colaboraram em demasia para tanto, em particular a crise “Tequila”, a crise do Leste da Ásia e a crise da Rússia. Esta última, irrompida em agosto de 1998 com a moratória das obrigações públicas e privadas do país, acabou por gerar uma crise de confiança no mercado acerca da credibilidade dos países emergentes, conduzindo a uma fuga maciça de capitais da economia brasileira. Tal fato acabou minando a capacidade do governo de sustentar o regime cambial prevalecente, levando à crise em janeiro de 1999.

Crise na Argentina

No período de 2001/2002, a Argentina sofreu uma crise de âmbito social, econômica (fiscal, financeira e corporativa), política e institucional (Suprema Corte), que foi sem precedentes em sua história devido ao seu escopo e sua magnitude. Em 1999 iniciou-se um declínio econômico devido à associação de vários fatores: a)internos, com um elevado desemprego e desequilíbrio fiscal; b) choques externos, como a crise da Rússia em 1998, o impacto da desvalorização da moeda do Brasil em 1999 e uma enorme aversão ao risco dos mercados financeiros internacionais. Em 2001, o governo Argentino resolveu por fim à paridade do peso ao dólar norte-americano, instituindo ainda um sistema de câmbio duplo e emitindo quase-moedas como meio de troca suplementar. O governo do presidente De la Rua, não cumpriu as metas acordadas com o FMI neste período, o que aumentou a perspectiva de uma crise financeira e gerou a fuga de capitais e de depósitos. Já na gestão do novo ministro Cavallo tentou-se zerar o déficit público, pela diminuição dos salários e aposentadorias de funcionários públicos, o que não gerou credibilidade e permitiu nova fuga de capitais, pois temia-se que houvesse o congelamento de depósitos e desconfiava-se que o governo não saldaria suas dívidas. Em 2001 houve boatos de confisco, afastando investidores estrangeiros. O governo argentino realizou o chamado “corralito”, loqueando a disponibilidade de depósitos bancários, devido aos excessivos saques que estavam ocorrendo. Essas restrições do “corralito” e as perspectivas de novos ajustes geraram revoltas, conflitos de rua, saques e panelaços, o que provocou a saída do presidente. Duhalde assumiu a presidência, após duas semanas do governo de Saá, que havia declarado o default da dívida do governo em moeda estrangeira com credores privados. Duhalde abandonou a conversibilidade e adotou uma desvalorização de 40% para operações de comércio exterior. A nova negociação com o FMI trouxe certa tranqüilidade para a economia argentina, na medida em que se diminuíram as exigências, dando maior flexibilidade ao governo argentino. Acreditava-se que as exigências anteriores eram absurdas, pois impunham maus ajustes, depois de quatro anos de recessão, que ainda interferiam em assuntos internos argentinos, como aumento de tarifas e compensação aos bancos. O novo acordo evitaria, assim, a volta da instabilidade financeira/cambial, da inflação e da recessão, evitando assim, maiores problemas sociais.

NOVA ECONOMIA - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

A Nova Economia procura representar as atividades de negócio com um potencial de crescimento muito elevado, associadas a meios tecnológicos inovadores e a um acesso quase ilimitado à informação (Luz,Raquel,2000). Em termos macroeconômicos é representada pela análise das causas de existência de produtividades elevadas, nas razões de investimento em equipamento, na caracterização de um ciclo de inflação e desemprego baixos associado a um período de aparente estabilidade econômica (Temple, J, 2002).
Temple (2002) cita o Departamento de Comércio dos Estados Unidos para definir a nova economia aquela em que tecnologias e os investimentos em tecnologia conduziram a elevadas taxas de produtividade. Parece assim dar-se relevo à difusão de bens de informação (computadores, ligações à internet etc.) que, por sua vez contribuíram para a expansão outros setores da economia. No entanto, o acesso facilitado à informação a custo baixo parece conduzir de novo a um sistema de competição perfeita. O período de reconhecimento da Nova Economia foi acompanhada por um período de volatilidade baixa dos mercados financeiros. Essa estabilidade contribuiu para os elevados crescimentos das ações das empresas ligadas às novas tecnologias, fundamentadas no valor dos ativos não tangíveis, ou seja, a potencialidade que as mesmas representariam nos anos seguintes.

LEI SARBANES - OXLEY (SOX)

A evidência de fraudes ocorridas em empresas importantes do mercado de ações norte-americano vem produzindo discussões sobre procedimentos de controle e divulgação de informações contábeis pelas companhias. Estes fatos suscitaram debates sobre a transparência e o formato das informações divulgadas pelas empresas ao mercado e sobre a ética e a boa-fé exigida de administradores, contadores e auditores. O congresso norte-americano reagiu às evidências de fraudes e o chefe do poder executivo sancionou em 30 de julho de 2002 a Lei Sarbanes-Oxley (SOX), com o objetivo de criar mecanismos de gestão mais consistentes e transparentes, retomando a confiança dos investidores do mercado de capitais. No Brasil as exigências da SOX recaem sobre as empresas brasileiras com ações negociadas nos Estados Unidos e sobre as subsidiárias de empresas norte-americanas localizadas no país, pois, normalmente, devem adotar os mesmos controles utilizados pela matriz. Com o advento da SOX, as empresas passaram a ter que se adaptar a um cenário de mudanças, principalmente no setor da auditoria interna, onde precisaram ter uma definição clara e detalhada dos controles de cada área, para que assim, pudessem fornecer informações transparentes aos administradores e investidores sobre a situação patrimonial e financeira da empresa.

CRISES DO PETRÓLEO

As crises do petróleo - todas depois da 2ª Guerra Mundial - que momentaneamente interromperam seu fluxo, mostram um cruzamento de conflitos. A primeira delas ocorre entre os estados-nacionais e as grandes empresas multinacionais visando o controle do processo produtivo e distributivo. Tratou-se de uma luta em torno do dinheiro e do poder. O segundo tipo de conflito, numa etapa posterior, deu-se entre os países produtores e os países consumidores.
Estados-Nacionais X Empresas Multinacionais
A exploração dos recursos petrolíferos no Terceiro Mundo começou em 1908 com a descoberta de lençóis de petróleo no Irã. A partir de então toda a região do Golfo Pérsico começou a ser explorada. Foi o início de uma política de concessões feitas pelo Xá e por chefes tribais árabes a grandes companhias estrangeiras, particularmente inglesas (Anglo-iranian) e americanas (Texaco, Mobil Oil, Esso, Standar Oil). Dois fatores fizeram com que o petróleo passasse a ser estratégico no nosso século. Em 1896 Henry Ford começou a produzir o primeiro veículo automotor em série, inaugurando a era da moderna indústria de automóveis, expandindo-se para outros transportes como o aeronáutico. O aumento do consumo de gasolina e óleo começa então a impulsionar a prospecção e a busca de mais poços de petróleo, tanto nos Estados Unidos como no exterior. Outro fator que levou o petróleo a tornar-se o negócio do século ocorreu em 1911, com a decisão tomada por Churchill, quando Ministro da Marinha inglesa - a maior do mundo -, de substituir o carvão pelo óleo como energia para seus navios, em 1911. De 1908 a 1950, as companhias multinacionais formaram verdadeiros impérios (eram chamadas as 7 grandes) abarcando todas as zonas produtoras de petróleo espalhadas pelo mundo, mas concentradas basicamente no Oriente Médio. Foi a época de ouro das multinacionais. Elas possuíam sua própria política externa, suas linhas de aviação e comunicação completamente independentes. Geralmente seus administradores e gerentes eram os homens mais importantes do país e seus verdadeiros governantes. Os estados que existiam eram neocoloniais, dependentes, sem poder e força para disputar o controle da riqueza nacional. Essa situação começou a inverter-se a partir da 2ª Guerra Mundial. As antigas potências colonialistas (Inglaterra, França e Holanda) perderam suas energias na guerra. Um forte movimento nacionalista teve então início. No Irã, em 1951, deu-se a primeira crise com a política do 1º Ministro Mossadegh que nacionalizou a British Petroleum. Mas, em 1953, a CIA e o serviço secreto inglês, numa operação conjunta, conseguiram reverter a situação e Mossadegh foi deposto e o Xá Reza Pahlevi, pró-americano, foi novamente entronado. Mesmo tendo fracassado, a política nacionalista de Mossadegh foi o ponto de partida para uma série de enfrentamentos que se seguiram entre os estados-nacionais, que começavam a se fortalecer, contra o poder das empresas multinacionais. Gradativamente as empresas foram vendo diminuir suas regalias sendo obrigadas a aceitar o pacto dos cinqüenta mais cinqüenta, que tornava os estados-nacionais sócios iguais delas. A segunda crise do petróleo ocorreu em 1956 quando o Presidente do Egito, Gamal Nasser, nacionalizou o Canal de Suez, em mãos de uma companhia anglo-francesa. Com a intervenção militar de tropas inglesas e francesas ocorreu um boicote do mundo árabe que foi contornado pela exigência dos Estados Unidos e da URSS que aquela intervenção cessasse imediatamente. A terceira crise ocorreu durante a Guerra dos Seis Dias, quando Israel travou uma guerra fulminante com seus vizinhos. Mas a mais grave, a quarta, ocorreu durante a Guerra do Yon-Kippur, quando os árabes agora organizados no cartel da OPEP (fundada em Bagdá, em 1960), decidiram aumentar o preço do barril de petróleo (de U$ 2,9 para U$ 11,65), um aumento de 301%. Essa última crise assinala uma mudança substancial do conflito. Agora não se trata mais de um enfrentamento entre estados-nacionais e multinacionais, mas entre produtores e consumidores. A penúltima grande crise mundial - a quinta crise - ocorreu como resultado da espetacular deposição do Xá Reza Pahlevi, em 1979, seguida pela Revolução Xiita que desorganizou todo o setor produtivo do Irã. A crise estendeu-se até 1981, quando o preço do barril saltou de U$ 13 para U$ 34. Ou seja 1072% em relação ao preço de 1973.